“ISSO AINDA NÃO É POESIA”

 

Porque faço versos sobre acontecimentos,

insisto em fundir sujeito e objeto,

gosto da efusão lírica,

vez ou outra, recupero a infância insepulta

e deixo a memória brincar comigo.

*

Mas também invento,

tento resgatar do limbo

palavras perdidas

e suas faces ocultas.

*

Procuro, então, a chave

e peço permissão para entrar,

como bem me ensinou Drummond.

(Analice Martins)