“O lugar é segurança. O espaço é liberdade: estamos ligados ao primeiro e desejamos o outro”.
“Espaço é mais abstrato que lugar. O que começa como espaço indiferenciado transforma-se em lugar à medida que o conhecemos melhor e o dotamos de valor”.
“As ideias de espaço e lugar não podem ser definidas uma sem a outra. Espaço permite movimento. Lugar é pausa”.
“Uma pessoa pode conhecer um lugar tanto de modo íntimo, como conceitual”.
“Espaço e lugar são imagens de sentimentos complexos, mutáveis, ambivalentes”.
“O lugar é uma classe especial de objeto. É uma concreção de valor (…) é um objeto no qual se pode morar”.
“O espaço (…) é dado pela capacidade de mover-se”.
“O movimento implica espaço”.
“O lugar é um tipo de objeto: lugares e objetos definem o espaço, dando-lhe uma personalidade geométrica”.
“Para o novo morador, o bairro é a princípio uma confusão de imagens; ‘lá fora’ é um espaço embaçado. Aprender a conhecer o bairro exige a identificação de locais significantes, como esquinas e referenciais arquitetônicos, dentro do espaço do bairro. Objetos e lugares são núcleos de valor”.
” Como as impressões recebidas através dos sentidos adquirem a estabilidade de objetos e lugares?”
“Um objeto ou lugar atinge realidade concreta quando nossa experiência com ele é total, isto é, através de todos os sentidos, como também com a mente ativa e reflexiva”.
“Quando residimos por muito tempo em determinado lugar, podemos conhecê-lo intimamente, porém a sua imagem pode não ser nítida, a menos que possamos também vê-lo de fora e pensemos em nossa experiência”.
“A outro lugar pode faltar o peso da realidade porque o conhecemos apenas de fora através dos olhos de turistas e da leitura de um guia turístico”.
(Reflexões do geógrafo YI-FU TUAN, extraídas do livro Espaço e lugar: a perspectiva da experiência)
Analice Martins – Roma, 04/06/2017