Para minha mãe, Ruth Maria Chaves Martins
A pedra lançada no rio
desdobra a água
em círculos.
*
Espelho feiticeiro que
expande o fato,
que se debruça em outro
e mais outro.
*
A memória desenrola,
em ondas,
seu carretel desenfreado
e sem bússola.
*
A imagem no centro
mergulha
e desaparece,
qual a pedra que afunda.
*
E deixa,
na superfície encrespada,
uma lembrança persistente:
clareira em água inquieta.
(Analice Martins)